Delmar Conde - Um estaleiro nacional
Decidi desta vez debruçar-me sobre um dos poucos portugueses que se atreveram a construir de raiz, embarcações à vela em fibra.
Se não estou em erro, apenas me lembro de nos anos 70 um estaleiro em Samora Correia ter construído uns quantos pequenos cruzeiros de 26 pés e uns anos depois, ali para a Abóboda (Concelho de Cascais) terem sido construídos os célebres “Sailmar” em número bem razoável e que, ainda hoje, muitos deles se mantêm a navegar.
Há uns vinte e tal anos, quando da minha participação numa prova denominada “Cruzeiro do Tejo”, organizada pelo Alhandra Sport Clube, apareceram a competir, uns dois ou três barcos estranhos, que ostentavam nas velas a sigla DC 600 ! Disseram-me que tinham vindo de Aveiro e eram ali construídos por um tal Delmar Conde que nem cheguei a conhecer na altura, apesar de estar presente, competindo nas suas embarcações.
Percebi no entanto que tinha um estaleiro naquela região e construía uns barcos com desenho feito por si próprio.
Se não estou em erro, apenas me lembro de nos anos 70 um estaleiro em Samora Correia ter construído uns quantos pequenos cruzeiros de 26 pés e uns anos depois, ali para a Abóboda (Concelho de Cascais) terem sido construídos os célebres “Sailmar” em número bem razoável e que, ainda hoje, muitos deles se mantêm a navegar.
Há uns vinte e tal anos, quando da minha participação numa prova denominada “Cruzeiro do Tejo”, organizada pelo Alhandra Sport Clube, apareceram a competir, uns dois ou três barcos estranhos, que ostentavam nas velas a sigla DC 600 ! Disseram-me que tinham vindo de Aveiro e eram ali construídos por um tal Delmar Conde que nem cheguei a conhecer na altura, apesar de estar presente, competindo nas suas embarcações.
Percebi no entanto que tinha um estaleiro naquela região e construía uns barcos com desenho feito por si próprio.
Uns anos mais tarde vim a saber que construiu um protótipo de 12 m com o qual participou numa Volta a Portugal à Vela, onde também concorri a bordo do Carioca. Apesar do barco não estar ainda bem desenvolvido, começou a situar-se nos lugares cimeiros de provas nacionais. Com sucessivos melhoramentos, esse veleiro evoluiu tanto a nível de casco como de plano vélico, apêndices, etc. e foi sem surpresa que passou a dominar os campeonatos nacionais em rating ANC, que normalmente se disputavam em águas de Portimão cada Verão.
Em 2006 participou no “Atlantic Meeting” (Lisboa - Madeira) obtendo um 1º lugar da classe e 2º da geral. Estive presente no acontecimento competindo no Mariposa e finalmente conheci o Delmar.
Em 2008, quando da realização do Triângulo Atlântico aos Açores, onde mais uma vez fui tripulante do Carioca, foi com grande satisfação que vi o “Porto de Aveiro/ Mike Davis” participar não só nessa prova, como ganhar também na classe Open, a Atlantis Cup lá nas ilhas!
Grandes momentos passámos juntos durante aquele mês de convívio e viagem pelo Atlântico!
O estaleiro tem-se adaptado, ao longo dos tempos, às necessidades do mercado e assim ao incorporar nos seus quadros os seus dois filhos, Renato e Gil, o Delmar passou a dedicar-se a outras actividades mais técnicas e menos à construção.
Exemplo disso é a preparação que tem feito no mini 6.50 e no Fígaro 2 do Francisco Lobato e que tão bons resultados tem tido em competição. Mais recentemente a intervenção e optimização nos TP-52 e noutras embarcações, têm-nas colocado a andar muito melhor do que quando saíram do estaleiro original !
Exemplo disso é a preparação que tem feito no mini 6.50 e no Fígaro 2 do Francisco Lobato e que tão bons resultados tem tido em competição. Mais recentemente a intervenção e optimização nos TP-52 e noutras embarcações, têm-nas colocado a andar muito melhor do que quando saíram do estaleiro original !
Há uns dois anos tive oportunidade de me deslocar à Gafanha da Encarnação e visitar o estaleiro.
Para além de ser uma agradável visita em que revi esse amigo, pude observar dois veleiros em reparação e melhoramentos, bem como outra pérola sua que são os Vougas!
Não queria no entanto deixar de falar no que considero ter sido a embarcação de maior sucesso construída em Portugal.
A um nível de embarcações relativamente modestas em termos de veleiros de cruzeiro, projectou e construiu um pequeno veleiro que baptizou "DC-740".
Foram produzidas 46 unidades que navegam por várias zonas do país (a maior frota situa-se sobretudo na Ria de Aveiro) e até nos Açores, na Galiza, França e Alemanha!
Foram produzidas 46 unidades que navegam por várias zonas do país (a maior frota situa-se sobretudo na Ria de Aveiro) e até nos Açores, na Galiza, França e Alemanha!
Trata-se de um pequeno veleiro de cruzeiro com 7,40 m de comprimento, fabricado até 2005. Com um plano vélico tradicional, motor fora de borda, duas possibilidades de leme e patilhão (um fixo e outro móvel que recolhe completamente), é uma embarcação de manobra fácil para tripulação reduzida, adaptado para uma navegação local e um bom compromisso para quem se quer iniciar nas lides da navegação de lazer.
O salão, para além de um razoável pé direito, compreende uma pequena cozinha com lavabo e fogão de dois bicos, uma mesa central com asas rebatíveis e sofás de cada lado, que permitem uma refeição no interior para quatro pessoas. Possui uma casa de banho independente a BB, com duche, lavatório e sanita marítima.
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Possui uma boa habitabilidade, completada com um camarote à proa e um à ré a EB.
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Possui uma boa habitabilidade, completada com um camarote à proa e um à ré a EB.
Nunca tinha dado especial atenção a esta embarcação até há umas semanas.
Acontece que o Paulo Nunes, que nos tem acompanhado nas regatas que realizamos no Carioca, adquiriu em 2ª mão há dois meses um exemplar de 2001, o “Old Navy”.
Trata-se da versão DC-740 GTE, o que quer dizer que é um dos de produção mais tardia e consequentemente mais “puxados” ! Tem um patilhão fixo, com um desenho típico dos anos 90, com um bolbo na extremidade inferior.
Acontece que o Paulo Nunes, que nos tem acompanhado nas regatas que realizamos no Carioca, adquiriu em 2ª mão há dois meses um exemplar de 2001, o “Old Navy”.
Trata-se da versão DC-740 GTE, o que quer dizer que é um dos de produção mais tardia e consequentemente mais “puxados” ! Tem um patilhão fixo, com um desenho típico dos anos 90, com um bolbo na extremidade inferior.
O leme foi bem pensado e tem um perfil curioso para um escoamento de água óptimo.
Como é evidente, o veleiro não é um regateiro porque para além de todo um interior muito bem acabado e equipado, até uns paneiros pesadíssimos tem cá fora no poço. O curioso é que nas poucas regatas em que o Paulo tem participado até agora, já começou a ganhar notoriedade na classe em que compete e os resultados são mais que prometedores deixando a concorrência algo apreensiva!
Fotos minhas, do José Carlos Prista e da net.Fonte: João Carioca
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