quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Lisboa terá Volvo Ocean Race em 2015 e 2018

A assembleia municipal de Lisboa acaba de dar luz verde ao regresso à doca de Pedrouços da Volvo Ocean Race nas edições de 2015 e 2018.


Ian Roman/Volvo Ocean Race

A proposta, apresentada por António Costa, tinha o chumbo garantido, pois o PSD anunciara um voto contra, à semelhança do que fez na Câmara Municipal (onde os socialistas têm maioria, o que não sucede na assembleia municipal).

No entanto, numa guinada de última hora, os sociais democratas optaram pela abstenção, viabilizando assim novas etapas da regata, a mais importante do mundo, que em 2012 passou por Portugal.

A votação da proposta foi atribulada. Apesar de constar da ordem de trabalhos, nem se previa a discussão na sessão de hoje, pois o documento estava retido na comissão de Finanças, que ainda não terminara a sua apreciação.

No entanto, os compromissos assumidos pela autarquia junto da organização da prova obrigavam a que se fosse dada uma resposta o mais tardar até hoje. Por esta razão, a proposta teve de ser admitida em plenário, antes os protestos dos deputados municipais comunistas.

Ao contrário do sentido de voto expresso na câmara e de diversas declarações feitas por responsáveis partidários, o PSD mudou de rota, trocando o "não" pela abstenção, o que permitiu a aprovação da proposta.
PSD discordou do "enorme custo"


Caso tivesse mantido a posição inicial, teria ocorrido uma situação paradoxal: os sociais-democratas deitavam ao fundo uma regata na qual, além da autarquia, também o Governo está envolvido.A Administração do Porto de Lisboa e a Direção-Geral de Política do Mar são entidades associadas à organização do evento, embora sem darem apoio financeiro.

Quando declarou a sua oposição à Volvo Ocean Race, o PSD discordou do "enorme custo da mesma". Pelas etapas de 2015 e 2018, a Câmara e o Turismo de Lisboa, a meias, desembolsarão um total de quatro milhões de euros.

Um valor que António Costa reconhece ser elevado, mas que o município só suporta porque desta vez, ao contrário do sucedido em 2012, o Governo central mostra disponibilidade financeira.

A jogada da autarquia tem um alcance a médio prazo: tentar que em 2021, quando a Volvo Ocean Race iniciar um novo ciclo, Lisboa deixe de ser uma mera escala para se tornar o ponto de partida da regata, um dos cinco maioria acontecimentos desportivos do mundo.

"Se quisermos travar a batalha em 2021, não podemos sair agora", disse hoje Costa aos deputados municipais. Então, uma leve brisa fez mudar o sentido de voto do PSD.


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