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08.08.2012 18:31 | Por Lusa, PÚBLICO
No dia em que a canoagem portuguesa chegou ao primeiro pódio olímpico, os responsáveis federativos alertaram para a falta de apoios. O mesmo acontece com os velejadores que finalizaram a sua prova na classe 49er.
“Nenhuma federação pode estar satisfeita com as verbas que tem, muito menos a canoagem, que no ‘ranking’ dos apoios [estatais] é praticamente ‘medalhável’... mas de baixo para cima. Estamos quase em último lugar em termos de apoio, mas no topo em termos de resultados”, sintetizou José Sousa, um dos vice-presidentes da federação, em declarações à Lusa.
O mesmo dirigente deixou uma recado ao Governo, defendendo que “no futuro, todas as verbas e apoios devem ser dados pelo mérito e pelos resultados.
Neste ano, a federação vai receber 377.000 euros do Instituto de Desporto de Portugal, enquanto do Comité Olímpico de Portugal chegam 124.000, um valor que coloca a canoagem perto da cauda dos apoios, quando, em termos de resultados, não tem havido modalidade em Portugal ao mesmo nível.
O velejador Francisco Andrade, que ao lado de Bernardo Freitas terminou no oitavo lugar na classe 49er, queixou-se que as equipas adversárias têm orçamentos “ridiculamente superiores” aos dos portugueses e interrogou como é possível pedir medalhas numa “batalha tecnológica desigual”.
“Os nossos adversários têm orçamentos ridiculamente superiores ao nosso.
Ontem [terça-feira] tivemos uma conversa com o australiano e enquanto nós temos 115.000 euros por campanha olímpica, eu e o Bernardo, ele tem 800.000 euros para investir. Ele tem um orçamento sete a oito vezes superior ao nosso”, começou por afirmar Francisco Andrade, questionando: “Como é que se podem pedir medalhas?”
O orçamento dos australianos inclui todo o tipo de despesas, tanto com barcos, velas, deslocações e equipa técnica, e o orçamento não difere muito dos orçamentos da maioria das equipas que estiveram na “Medal Race”, em Weymouth.
O “proa”, de 32 anos, considerou que o oitavo lugar final deixa “um sorriso na cara” e foi “uma grande conquista” para a dupla portuguesa, mas prefere não falar já sobre a futura campanha olímpica do Rio de Janeiro, pois é preciso primeiro saber quais serão os apoios disponíveis.
O coordenador do Projeto Olímpico de Vela da Federação Portuguesa de Vela, Rui Reis, também abordou hoje a questão do próximo ciclo olímpico.
“Neste momento estamos a tentar perceber qual vai ser o cenário no próximo quadriénio ou nos próximos oitos anos. Não deve haver uma paragem do projecto olímpico, deve ser contínuo. O investimento que o Estado faz na vela é demasiado importante para se parar e, cada vez que se para, é muito mais caro retomar”, comentou.
Rui Reis disse que é “importante que se defina o mais rapidamente possível o que vai ser o Brasil 2016”, até porque as qualificações olímpicas começam em 2014, um ano antes do que aconteceu para Londres 2012.
“Temos só dois anos para preparação”, avisou, rematando: “Tem de haver uma sequência, desde os juniores até ao projecto, para que haja uma renovação de atletas. Fazer um atleta olímpico leva muito tempo. Não se faz em um ano, em dois ou em três. Os que perdem as selecções agora já deviam estar a trabalhar para a próxima olimpíada. Há falta de investimento nas camadas mais jovens”, disse.
“Temos só dois anos para preparação”, avisou, rematando: “Tem de haver uma sequência, desde os juniores até ao projecto, para que haja uma renovação de atletas. Fazer um atleta olímpico leva muito tempo. Não se faz em um ano, em dois ou em três. Os que perdem as selecções agora já deviam estar a trabalhar para a próxima olimpíada. Há falta de investimento nas camadas mais jovens”, disse.
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